Eu sou abençoado por ter pais com a mente aberta e confiam em mim em decisões da vida. Eles não reclamam das coisas loucas que eu digo que quero fazer. Bom, uma dessas coisas é viajar sozinho.
Parece loucura para algumas famílias e pessoas que dizem: “É perigoso!”, “Você vai sozinho?”, “Você não sabe se comunicar no idioma deles” e bla bla bla …
Finalmente eu fiz minha primeira viagem solo e foi um pedaço muito louco e divertido da minha vida que eu nunca imaginaria vivenciar.
1# No início a solidão te suga
Comecei fazendo um trek com um grupo grande de viajantes. Ao todo foram 6 dias de vida comunitária onde fizemos praticamente tudo juntos.
No momento que eu me despedi da galera, o meu mundo caiu em silêncio. Lembro de olhar para uma montanha com o pico nevado na foto do balcão do hotel enquanto fazia checkout, me sentindo no topo da montanha sozinho. Eu estava com um vazio interior e não tinha ninguém pra compartilhar isso comigo.
Eu sentei no sol e deixei o sentimento de solidão aos poucos se espalhar. Depois de alguns minutos eu disse pra mim mesmo ‘existem tantos lugares para ir e você vai continuar a viagem’. Eu levantei e tudo começou a melhorar.
A solidão é só um sentimento mental que pode ser invertido pela força de vontade.
2# Falar com estranhos não mata
Normalmente não falamos com estranhos no nosso cotidiano, porque temos medo de ser rejeitados, ignorados, e as vezes, também não queremos ser incomodados.
Para falar com estranhos a regra de ouro é: comece com um sorriso.
Fiquei espantado com o poder do sorriso enquanto viajava. Sorrir é uma linguagem universal que quebra qualquer barreira entre as pessoas e instantaneamente faz a vida ficar muito mais fácil em um lugar novo.
Falar com estranhos é uma habilidade de vida, na qual faz você dominar a comunicação, a empatia, a bondade e te dá uma postura ativa na conversa.
Eu adoro ouvir as histórias por trás das pessoas. Todo mundo tem uma história pra contar; e conversando com pessoas de diferentes partes do mundo e de diferentes culturas você tem a oportunidade de aumentar o seu entendimento e a dimensão da vida.
Você aprende coisas sutis do comportamento humano, percebe que nem todo mundo pensa igual a você, que nem todo mundo convive com os mesmos dramas e problemas que os seus, participa da consciência coletiva e muito mais que não encontraria em nenhum guia ou blog de viagem.
# 3 Você aprende a confiar
Em São Paulo onde cresci, a segurança é uma questão social. Me disseram pra não falar com estranhos sobre a minha vida.
Quando você está em viagem, você precisa juntar pessoas estranhas para negociar melhor a tarifa do hostel, ir com viajantes desconhecidos a procura de uma comida local autêntica, explorar as ruas, caminhar pela cidade e assim por diante. Pra facilitar as coisas, decidi abaixar a guarda, acreditar na bondade das pessoas e comecei a aceitar convites e dicas.
Às vezes, as pessoas tentam te colocar no status turista bobão pra tentar ganhar alguma vantagem em cima de você. Isso é só um hábito comum em lugares turísticos. Saibam não é pessoal. E aos poucos você fica vacinado ou talvez eu tenha sorte.
Confiar em alguém é uma escolha consciente, e isso é fundamental na construção de relacionamento.
O sorriso, a interação e o calor humano que recebi das pessoas ao meu redor significou tanto para a minha experiência como o local que estava visitando.
São os pequenos pedaços de bondade que me fazem lembrar de que a vida é bela.
4# Você tem total domínio sobre sua vida
Bom, este item não é aquela frase cliché “você precisa ser o que quiser na vida e viver a sua paixão”. Ao contrário disso, viajar sozinho é uma oportunidade de ouro para você reinventar a sua identidade (rebelde ou não) neste lugar novo onde ninguém te conhece, onde só vai ficar por um breve período.
Você pode fazer qualquer coisa louca ou estúpida. Claro que isso não significa que você vai fazer coisas ruins ou prejudicar os outros, isso significa que você pode sair da sua zona de conforto, fazer escolhas diferentes e ver onde elas vão te levar.
Alguns dias eu deixe o meu instinto me guiar, e eu amei esse novo modo de vida.
Basta você fazer coisas que não são usuais pra você. Por exemplo: se você é um maníaco por limpeza, experimente uma comida de rua pela primeira vez. Se você é um introvertido, tente falar com um estranho todos os dias. Se você está acostumado a viajar e ficar em hotéis, tente se hospedar em um albergue para conhecer novas pessoas e novos costumes. Se só viaja com muitas malas, tente fazer um mochilão.
As experiência incríveis só irão acontecer se você estiver disposto a vivê-las.
5# O sabor de uma aventura de verão
Terminar o dia em um bar super cool ou em um Rock Bar com uma pessoa que você conheceu durante o dia é uma aventura emocionante e divertida. Porém você precisa ser inteligente e saber definir seu próprio limite.
Por mais encantado que você possa estar, o amor não acontecer em 5 dias.
Apreciar o processo, desejar bem e seguir em frente com a sua viagem é importante.
6# O sentimento de se sentir invencível
Então, eu sobrevivi sozinho em uma terra estrangeira, onde eu não conhecia ninguém e não falam a língua local. E foi ótimo!
Sempre que eu conto as histórias e compartilho a experiência dessa jornada eu aprendo algo novo sobre mim mesmo.
Nossas experiências de viagem são iguais um vinho, o sabor melhora à medida que envelhece.
Uma parte de mim se orgulha de ter viajado sozinho, mas o mais importante de tudo é o crescimento pessoal que experimentei durante a viagem. Depois de ver novas pessoas, novas formas de viver e ouvir novas histórias, o mapa no meu coração expandiu.
Eu vejo as coisas de forma diferente e isso afeta minhas decisões de vida.
Eu aprecio cada momento, porque eu sei o quão grande é o mundo e quão pequeno são os meus problemas.
Porém, viajar sozinho pode não ser para todos
Apesar de ser uma jornada de auto-descoberta, de aprender muito sobre si mesmo e do mundo. Você vai se surpreender com a transformação que essa experiência fará em você. Você está preparado?
Cuidado que isso pode te viciar.
Esse artigo foi baseado nesse artigo em inglês.