Passar um mês fazendo trabalho voluntário no Quênia foi, sem dúvidas, uma das experiências mais intensas da minha vida!
Depois de alguns anos trabalhando na minha área de formação, eu estava naquela fase da vida em que você começa a questionar as suas escolhas e tenta desesperadamente encontrar o seu lugar no mundo. Eu me sentia inquieta e ao mesmo tempo completamente perdida. Eu queria mudar o mundo mas não sabia nem por onde começar a mudar a minha própria vida!
Foi então que, em meio a essa crise existencial, decidi embarcar nessa aventura e ir em busca de respostas do outro lado do oceano.
Eu nunca tinha viajado sozinha e muito menos para fora do país. Apesar do medo e da ansiedade, algo em mim dizia que era a coisa certa a fazer. E no final foi mesmo!
Os desafios não foram poucos, mas sou grata a cada um deles.
O trabalho como voluntária em um abrigo para meninas vítimas de violência me ensinou que não importa o peso da dor que carregamos, ainda somos capazes de dar e receber amor.
No Quênia, como na maioria dos países subdesenvolvidos, a desigualdade salta aos olhos e isso nos faz questionar o quão injusto é o sistema em que vivemos, onde uns tem tanto, enquanto outros quase nada. Ainda assim, os quenianos carregam no rosto um sorriso fácil e a certeza de que dias melhores virão.
Aprendi que somos seres adaptáveis e tudo é uma questão de estar aberto ao novo. Não é um colchão duro ou um banho frio que vão atrapalhar a sua experiência. Pelo contrário, são essas pequenas adversidades que nos fazem perceber que as coisas mais importantes não são coisas, mas as experiências que vivemos, os lugares que conhecemos e as pessoas que cruzam nossos caminhos.
O mundo é muito maior e mais diverso do que a gente pode imaginar e quando nos permitimos sair da nossa zona de conforto para conhecer e vivenciar outras realidades, nos tornamos pessoas melhores e mais humanas.
Certamente eu não sou a mesma pessoa de antes. Quando você passa por uma experiência assim, algo muda irremediavelmente.
A África é um lugar mágico e passar um mês no Quênia foi a melhor decisão da minha vida. Me apaixonei perdidamente pelas pessoas e pela cultura e, desde então, não tem um só dia que eu não pense em voltar.
E para mim viajar é isso, deixar uns pedacinhos nossos pelo caminho e trazer uns outros tantos com a gente.